A Discografia em Moçambique no pós-independência

  • Rufus Maculuve ISArC

Resumo

Este artigo é uma reflexão sobre a discografia em Moçambique no pós-independência.
O mesmo torna-se relevante na medida em que surgem actualmente
suportes de reprodução sonora22, que dão-nos a sensação duma iminente morte
da indústria discográfica, pelo menos nos moldes tradicionais.
O mesmo tem como objectivo, analisar o processo discográfico da música em
Moçambique nos anos que vão de 1975 a 2015, olhando assim para as principais
tendências e padrões.
Metodologicamente recorremos a abordagem qualitativa, sustentada por revisão
bibliográfica, entrevista aberta e introspecção. Para dar encaminhamento teórico
usamos os seguintes paradigmas: duas esferas distintivas mas relacionadas de Dan
Martin e Gestão dual de Derrick Chong.
A partir desta análise, foi possível demarcar três fases distintas da discografia no
país, e por fim concluir que: (i) ao longo destes anos as mudanças tecnológicas
têm sido muito aceleradas; (ii) o Estado deixou de ser detentor de todos os meios
tecnológicos (estúdio de gravação, edição e radiodifusão), passando o sector privado
a controlar parte considerável destes; e (iii) o músico passou a ter papel
central no processo discográfico, isto com o surgimento de edições e produções
independentes.

Biografia Autor

Rufus Maculuve, ISArC

Rufus Maculuve é docente de Produção Cultural no Instituto Superior de Artes e Cultura-ISArC. É co-fundador da
Kaleidoscopio (pesquisa em políticas publicas e cultura), foi director executivo da Music Crossroads Moçambique e
coordenador internacional para área musical do Umoja. É também músico e membro fundador da banda Kapa Dêch,
onde gravou e compôs temas como teclista. Seus trabalhos de produção musical incluem as trilhas sonoras para Night
Stop de Licínio de Azevedo e I Love you de Rogério Manjate. Suas áreas de interesse em pesquisa são: consumo e fruição,
música popular, produção cultural e mediação cultural.

Referências

Afonso, B. (2000). Uma análise de custos e benefícios para a Indústria Discográfica em
Moçambique. Tese de licenciatura. Maputo: UEM.
Allen, P. (2007). Artist Management for theMusic Business, Amsterdam: Focal Press.
Chong, D. (2002).Arts management, London and New York: Routledge
Colbert, F. (1994) Marketing CultureandtheArts, Montreal and Paris: Morin.
Dinerman, A. (2006).Revolution, Counter-RevolutionandRevisionism in Postcolonial
Africa. London and New York: Taylor and Francis Group.
Emielu, A. (2006).ForeignCultureandAfricanMusic, In EncyclopaediaofTheArts
Vol. 8
Fernández, R. C. (2012).La gestión de las músicas actuales, Madrid: AECID.
Filimão, E. J. (2010). A música popular urbana e o poder em Moçambique(
1930-1995), in Revista Kulimar. Matola: ISArC.
Lichuge, E. (2005). Percurso histórico da música popular na cidade de Maputo
1975/2005. Tese de licenciatura. Maputo: UEM.
Maculuve, R. (2012). Música Ligeira Moçambicana: principais conteúdos textuais
1975-1994. Tese de licenciatura. Matola: ISArC.
Martin, D. (1998). ‘Artsadministration (arts management)’, in Encyclopediaof-
PublicPolicyandAdministration, four volumes, (ed.) J. Shafritz, Boulder, CO: WestviewPress
(1998): 128–33.
Nhassavele, F. (2010). A construção de superculturas em Moçambique, zona sul: o caso
Ngoma Moçambique, tese de licenciatura, Maputo: UEM.
Nesbitt, N. (2001). AfricanMusic, Ideologyand Utopia. In Research in AfricanLiteratures
Vol.32, No.2.
Siliya, C. J. (1997).Ensaio Sobre a Cultura em Moçambique. Moçambique: Publicita.
Shuker, R. (2006).Popular Music: TheKeyConcepts. London and New York: Routledge
Taylorand Francis Group.
Shuker, R. (2001).Understanding Popular Music, 2nd ed. London and New York:
Routledge Taylor and Francis Group.
Publicado
2019-11-21